Revista Letrônica - PUCRS

CHAMADA DE ARTIGOS: LETRÔNICA (v. 13, n. 2, 2020)

DISCURSO INTOLERANTE NA CONTEMPORANEIDADE

Organizadores: Profa. Dra. Maria da Glória Corrêa di Fanti (PUCRS – Porto Alegre, Brasil)

Prof. Dr. Juan Manuel López Muñoz (Universidad de Cádiz – Cádiz, Espanha)

Doutoranda Bárbara Malcorra (PUCRS – Porto Alegre, Brasil)

Data de submissão: de 31/07/2019 a 15/10/2019

Publicação: primeiro semestre de 2020

 

A prática da tolerância exige o respeito às diferenças e é construída e reconstruída no dia a dia, nas variadas interações sociais. Cada um ocupa um determinado lugar no mundo, no espaço, na história e não pode desconsiderar que existe uma grande quantidade de outros lugares em que outras pessoas vivem e pensam de modo diferente (Droit, 2017). Embora as divergências de posições sejam fundamentais nas democracias pluralistas (Amossy, 2017), tem-se observado uma acentuada proliferação da intolerância, que, como entende Droit (2017), se manifesta pelo convencimento de que o próprio universo é o único válido e verdadeiro. Por isso, atinge-se o outro e seu grupo social, já que não se reconhece as diferentes posições e os variados modos de viver, buscando silenciar a pluralidade, o debate, o contraditório.

Considerando o cenário de intolerância, observado na sociedade de modo geral e na mídia de modo particular, esta chamada da revista Letrônica acolhe artigos originais que tenham como foco o discurso intolerante na contemporaneidade, incluindo diferentes gradações, formulações e interfaces, como é o caso do discurso discriminatório, discurso preconceituoso e discurso de ódio, que se engendram na investigação realizada. O objetivo do número é implementar um aparato teórico-metodológico de análise do discurso para uma melhor compreensão dos processos de produção de sentidos e da circulação dos discursos intolerantes hoje. Em particular, focalizam-se discursos que expressam a intolerância de forma explícita ou implícita e que incitam ao ódio, com especial interesse em suas formas e seus efeitos nos casos em que o sujeito intolerante tem um grande poder de influência social (políticos, social media influencers etc.).

Algumas das questões propostas nesta publicação: Como os discursos populistas promovem a rejeição do outro, mostrando ao mesmo tempo uma aparente vontade de credibilidade e de “aceitação social” da intolerância (Meddaugh e Kay, 2009)? Qual é a participação da mídia na construção de um imaginário de (in)tolerância e na radicalização dos discursos de opinião ao longo dos “momentos discursivos” (Moirand, 2007) que encenam atores que pensam desigualmente? Que novas formas de censura e que novos limites para a liberdade de expressão e o direito à informação surgem na cibercomunicação? As lógicas binárias do discurso intolerante tornam os problemas do mundo e as histórias da história mais fáceis de entender (Hiernaux, 2001), mas a que custo (des)informativo? E como, enfim, a desinformação (Huygue, 2016) contribui para aumentar os efeitos de insegurança e incerteza gerados por outras formas de ser, de pensar e de dizer?

Chamada de Artigos – Revista Letrônica (PUCRS)

CHAMADA DE ARTIGOS: LETRÔNICA (v. 13, n. 2, 2020)

DISCURSO INTOLERANTE NA CONTEMPORANEIDADE

Organizadores: Profa. Dra. Maria da Glória Corrêa di Fanti (PUCRS – Porto Alegre, Brasil)

Prof. Dr. Juan Manuel López Muñoz (Universidad de Cádiz – Cádiz, Espanha)

Doutoranda Bárbara Malcorra (PUCRS – Porto Alegre, Brasil)

Data de submissão: de 31/07/2019 a 15/10/2019

Publicação: primeiro semestre de 2020

 

A prática da tolerância exige o respeito às diferenças e é construída e reconstruída no dia a dia, nas variadas interações sociais. Cada um ocupa um determinado lugar no mundo, no espaço, na história e não pode desconsiderar que existe uma grande quantidade de outros lugares em que outras pessoas vivem e pensam de modo diferente (Droit, 2017). Embora as divergências de posições sejam fundamentais nas democracias pluralistas (Amossy, 2017), tem-se observado uma acentuada proliferação da intolerância, que, como entende Droit (2017), se manifesta pelo convencimento de que o próprio universo é o único válido e verdadeiro. Por isso, atinge-se o outro e seu grupo social, já que não se reconhece as diferentes posições e os variados modos de viver, buscando silenciar a pluralidade, o debate, o contraditório.

Considerando o cenário de intolerância, observado na sociedade de modo geral e na mídia de modo particular, esta chamada da revista Letrônica acolhe artigos originais que tenham como foco o discurso intolerante na contemporaneidade, incluindo diferentes gradações, formulações e interfaces, como é o caso do discurso discriminatório, discurso preconceituoso e discurso de ódio, que se engendram na investigação realizada. O objetivo do número é implementar um aparato teórico-metodológico de análise do discurso para uma melhor compreensão dos processos de produção de sentidos e da circulação dos discursos intolerantes hoje. Em particular, focalizam-se discursos que expressam a intolerância de forma explícita ou implícita e que incitam ao ódio, com especial interesse em suas formas e seus efeitos nos casos em que o sujeito intolerante tem um grande poder de influência social (políticos, social media influencers etc.).

Algumas das questões propostas nesta publicação: Como os discursos populistas promovem a rejeição do outro, mostrando ao mesmo tempo uma aparente vontade de credibilidade e de “aceitação social” da intolerância (Meddaugh e Kay, 2009)? Qual é a participação da mídia na construção de um imaginário de (in)tolerância e na radicalização dos discursos de opinião ao longo dos “momentos discursivos” (Moirand, 2007) que encenam atores que pensam desigualmente? Que novas formas de censura e que novos limites para a liberdade de expressão e o direito à informação surgem na cibercomunicação? As lógicas binárias do discurso intolerante tornam os problemas do mundo e as histórias da história mais fáceis de entender (Hiernaux, 2001), mas a que custo (des)informativo? E como, enfim, a desinformação (Huygue, 2016) contribui para aumentar os efeitos de insegurança e incerteza gerados por outras formas de ser, de pensar e de dizer?