Projetos de Pesquisa Bernardo Amorim

2018 – Atual

Tradição, tradução, traição: memória e invenção em poetas de língua portuguesa

O objetivo da pesquisa é dar desenvolvimento a leituras críticas, teoricamente fundamentadas, das obras de alguns poetas de língua portuguesa: africanos, portugueses e brasileiros. Objetiva-se chegar à descrição das poéticas de autores desse espaço, com atenção para as interfaces entre o texto e elementos como a memória, a história, a cultura, a sociedade, relações de poder, opressão e resistência, identidade, gênero e etnia.

2019 – Atual

Grupo de pesquisa sobre Poesía de Língua Portuguesa – GP-PLiPo

O grupo tem como propósito reunir investigadores cujo trabalho envolva o universo da poesia de língua portuguesa, seja ela feita no Brasil, em Portugal ou nos países africanos de língua oficial portuguesa. Visa acolher alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado, constituindo-se como espaço para trocas e produções conjuntas, privilegiando-se as relações entre literatura, memória e cultura, com especial interesse pela formação e a expressão de subjetividades, e adoção da perspectiva comparatista. É um dos seus anseios maiores chegar a estabelecer pontes que permitam atravessar as fronteiras que separam os espaços onde se fala ou se escreve em língua portuguesa.

2022 – Atual

Escritas literárias africanas de língua portuguesa e textualidades orais: transcrições poéticas

Este projeto interinstitucional envolve cinco IES mineiras, a PUC Minas, a UFOP, a UFMG, a UFV e a UFVJM. Seu objetivo é analisar produções literárias de autores africanos evidenciando como nelas se realiza o diálogo entre a escrita e as textualidades orais de seus países: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Por formas da textualidade oral queremos significar expressões de cultura tradicional enquadradas como literatura oral ou oratura, que se distribuem entre os países africanos de língua portuguesa, como missossos (contos), makas (casos), jinongonongo ou nongonongo (adivinhas), jissabu (provérbios), malunda ou missendu (narrativas históricas ou crônicas da tribo), quilanduquilos (passatempo, entretenimento), fábulas, passadas, cantigas de mandjuandadi (cantigas de mulheres), danças rituais (chigubo, niketche e mutsitso), dentre outros. Serão lidas obras de Ana Paula Tavares, José Craveirinha, Tony Tcheka, Orlanda Amarílis, Conceição Lima e outros. Nossa hipótese é que o exercício criativo dos escritores pode ser pensado a partir das ideias de transcriação (Haroldo de Campos, 2004), estética da relação (Édouard Glissant, 2005), e partilha do sensível (Jacques Ranciére, 2005). Abordar as escritas africanas na perspectiva das ideias desses pensadores pode nos ajudar a ver como os autores recuperam criticamente formas e signos das textualidades orais das culturas tradicionais, relendo-os a partir de uma dimensão histórica na qual eles são problematizados. Ao fazê-lo, demonstram uma percepção da escrita como instrumento que lhes possibilita mergulhar nos usos, nos costumes e nas concepções de mundo grafadas pelas letras das culturas tradicionais de seus países e transcriá-las em palavras poéticas. Dada a natureza do estudo comparativo que se pretende, sabemos que a eficácia da realização deste projeto nos impõe buscar um conhecimento maior das textualidades orais dos países africanos de língua portuguesa, ainda que por meio de pesquisa bibliográfica, a fim de explorar melhor a dimensão histórica a partir da qual elas são relidas. Essa metodologia inclui o contato com instituições como a Universidade Agostinho Neto, em Angola; o Instituto de Estudos e Pesquisas e a Universidade Amilcar Cabral, da guiné Bissau; a Universidade Eduardo Mondlane e o Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa, de Moçambique; a Universidade Lusíada de São Tomé Príncipe, dentre outras, para a realização de parcerias que viabilizem a realização da pesquisa. Intenta-se, ainda, com a realização deste projeto, produzir material bibliográfico a ser disponibilizado para estudantes e professores dos vários níveis de ensino, do Brasil, dos países africanos de língua portuguesa e de Portugal, como também a pesquisadores nacionais e internacionais das diversas áreas de conhecimento que se interessam pelo tema.